O logotipo do ALBA
Augusto Martins Pereira nasceu em Sever do Vouga, em 1885, e por sua iniciativa e dinamismo ergueu a Fundição Lisbonense, em 1921. Dois anos mais tarde mudou o nome da empresa para Fundição Albergariense, mais conhecida por ALBA. Apaixonado por automóveis, o filho António Augusto sonhou um carro português e concretizou-o. Em 1952 nasceu o ALBA, um veículo estruturado para competição, com base num chassis 508 C e um motor Fiat de 1089 c.c.
Da Fundição Albergariense saíram três carros, dois praticamente idênticos, e um terceiro mais curto e mais, destinado a provas desportivas.
Francisco Corte Real entusiasmou-se também com o projecto e empenhou-se no desenvolvimento do carro como piloto e também introduziu alterações mecânicas, aproveitando a sua experiência nesta arte. O sucesso do carro desportivo nacional foi quase imediato. Obteve uma vitória que entusiasmou tudo e todos no Circuito Internacional do Porto, na classe de 1100 c.c., conseguindo ainda um segundo lugar no Circuito de Monsanto. O carro era um sucesso do engenho português numa altura em que a indústria automóvel era inexistente em Portugal.
Um dos seus triunfos mais badalados na altura foi a vitória absoluta no Rali do Vinho do Porto à Régua, utilizando nessa prova um motor de 1500 c.c
Uma nova regulamentação introduzida pelo Automóvel Clube de Portugal, em 1954, alterou o limite da classe onde concorria o ALBA de 1100 c.c. para 1500 c.c. Foi necessário utilizar um novo motor competitivo. A escolha recaiu no propulsor do Peugeot 203, com 1290 c.c. O motor foi desmontado, o bloco trabalhado, fundido em alumínio e um técnico da Bosch deslocou-se à fábrica para inspeccionar a parte eléctrica, para um aumento de cilindrada para 1325 c.c.
Um outro ALBA foi preparado para correr no célebre Circuito da Boavista, no Porto, mas desta vez propulsionado por um motor de um Alfa-Romeo 1750 6C, de seis cilindros, mas com a cilindrada reduzida para 1500 c.c. para se enquadrar nos regulamentos. O ALBA debitava 90cv., atingia os 200 km/h e exteriorizava uma bela carroceria de alumínio, a especialidade da Fundicação que fabricava tachos e panelas de altíssima qualidade.
No sinuoso circuito citadino de Vila Real, a equipa Corte Real-António Pereira conduziram o ALBA à média de 93,970 c.c., mas desistiram ao fim de apenas duas voltas.
Um dos três ALBA construídos
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